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Elogios ao Nada.

The Man and your Void. Artist: V.M AI

Senti muitas vezes em minha breve passagem pela terra como se estivesse completamente abandonado. Cada uma das instituições que diziam me proteger, na verdade, me machucavam enormemente. Senti algumas esparsas vezes que o mundo exterior me era estranho, muito embora estivesse constantemente inserido nele. Vivi muito no interior de mim mesmo e talvez esse tenha sido o maior problema de minha existência até então. Precisei perder as estruturas que dão sustentação para minha psique para que compreendesse verdadeiramente o que é sair de mim. Posso dizer, na maior das eloquências, que fui tomado por Eros e deixei que minhas pulsões corressem livremente pela psique sem suas algemas de costume.

Percebi, com isso, que a existência não tinha sentido. Como podemos ser seres naturais, se agimos contra a nossa própria naturalidade? Se era para sermos todos nós seres sociáveis, então quais seriam os motivos de nossa maldade inconsciente aos outros? Essa é precisamente a questão que mais me atormentou nos últimos anos. Alguns dirão que se trata de um pensamento moral e subjetivo, não há respostas! Já penso que as respostas existem, mas os indivíduos não a encontraram ainda.

Não sei dizer, tão profundamente inspirado pelo ceticismo que fui, se eu de fato sou um desses poucos indivíduos que encontraram alguma resposta justificada e válida, ou se fui apenas mais um dos enganados. Diria que não importa saber, pois se soubesse então eu já saberia exatamente o que preciso fazer e caso não soubesse então nem mesmo haveria motivos para se questionar, pois já estaria eu fundado em incertezas como se fosse a maior das certezas.

A minha questão não é ser apenas mais um, quero ser único. Quero ser aquele que criou um novo caminho para além das polaridades. Gostaria de produzir um dia uma obra tão enormemente trabalhada que fosse parecida em efeitos com o que foi o Sexto Empírico. Ah, as grandezas dos antigos! Como são belas.

Acredito, contudo, que poucos irão ler tais palavras que profiro. São palavras jogadas ao vazio. No final, tudo que há é o vazio. Se nossa passagem pela terra for tão insignificante quanto penso, então não haveria motivos nem mesmo para o que estou escrevendo. Do Nada viemos, ao Nada retornaremos.

É plausível pensar que o que havia antes do Big-Bang era o Nada, muito embora não tenhamos provas disso. Para algo vir à existência é necessário que o Nada exista. Parece contraditório, pois a existência pressupõe a inexistência do nada, não é? Mas, na verdade, o que ocorre é uma necessidade mental de colocarmos isso em uma posição temporal linear. Nossa mente tridimensional só funciona através da tridimensionalidade, essas são as condições básicas que a matéria impõe para todos nós. O tempo está pressuposto na tridimensionalidade, em quesito de percepção e não de dimensões. Apenas percebemos o tempo, não o vemos. O tempo, em seu caráter dimensional, está posto ortogonalmente às outras dimensões, por isso percebemos ele linearmente como se olhássemos ao horizonte.

Isso tudo pode, sim, parecer abstrato, mas se trata precisamente do efeito que o Nada causa. Para existir algo, é necessário que antes o espaço esteja vazio para que o “algo” exista. Por isso não criamos nada do “nada”. Somos apenas transformadores da matéria. Por isso que o meu retorno ao vazio, como princípio de todas as coisas, é bem fundado. Por um lado, há os que negam a possibilidade da existência da Verdade, por outro há aqueles que afirmam sua possibilidade. Afirmo a possibilidade de se existir uma Verdade, não de obtê-la. Assim sendo, compreendo aqueles que erraram comigo. Suas ações partiram-se do Nada e ao Nada retornarão, assim como todas as outras coisas.

Para exemplificar melhor o que quero dizer: Se pensarmos em um valor numérico, então estamos excluindo a existência de nenhum valor numérico. Isso ocorre justamente pelo motivo de 0 diferir de 1 e não poder coexistir um com outro quando abordados por uma fração ínfima do tempo terreno. 0 não pode ser igual a 1 enquanto 0 é igual a 0, por exemplo. Mas quando entendemos que 0 e 1 coexistem em espaços temporais distintos da nossa percepção, é aí que a mágica acontece. É aí que todos os erros são desfeitos e entendemos nossa insignificância perante o universo. Essa percepção, no final das contas, nos torna mais humanos. Eu, pelo meu caminho sombrio, solitário e tortuoso, vou paulatinamente com meu caminhar. Pois sei que posso facilmente tropeçar e cair nas profundezas do Vazio aonde irei de encontro com minha morte. Porém, é possível dizer que o Nada já ocorreu e que agora existe o Ser. Tempos diferentes, instâncias distintas em que ambos são em potência aquilo que se é.

Costumo fantasiar minha morte com certa constância. Em uma das noites em que meus pensamentos vagueavam pelos confins mais profundos de meu inconsciente, tive uma visão da minha própria morte. Autoinfligida e dolorosa morte. Pude ver pessoas que gostavam de mim chorando ao redor de meu corpo e senti muita dor em conjunto delas. Foi, por um breve período, um momento de minha vida que não mais cogitei o suicídio, pois ali na minha visão interior já o fizera. Contudo, toda alegria de um depressivo dura pouco e alguns anos depois minha doença piorou ao ponto de precisar tomar depressivos, após um tempo antipsicóticos e tenho fortes crenças de que não pararei por aí infelizmente.

Refletindo diante do abismo, é engraçado como essas memórias saltam à mente e tomam outra forma. Em um primeiro momento, essa visão de terror que a própria morte causa a todo ser me impactou ao ponto de expulsar o pensamento suicida. Hoje, quando retorno ao abismo, essas memórias fazem com que retorne para a matéria esse tipo de pensar. É precisamente quando estou sozinho que mais cogito o suicidar. De fato, há um certa pulsão onde se é retirado prazer, afinal eu realmente fiquei bem após ter minha visão. Suicidei-me e então pude aliviar a alma. Hoje não tenho mais essas visões, mas posso me encontrar prestes a consumar o ato. A verdade é que me sinto sozinho, abandonado e sem ninguém para confiar plenamente. Um ser sozinho acaba no abismo e posso afirmar que estou bem próximo dele.

Contudo, uma questão que omiti propositalmente em relação à visão é que foi oriunda de uma prática espiritual intensa. Afirmo que tive um contato real com o Rei das profundezas gregas, dono de todas as riquezas e juiz dos mortos. Hoje não mais sou abençoado com tais visões e me pergunto: serei eu apenas um louco que vocifera loucuras ao vento? Um louco que escreve elogios ao Nada? Um grande profeta do Vazio? Ah, como meus delírios ainda são bonitos. Ainda são cheios de vida, ainda são cheios de Eros em certo sentido. Uma pena que ainda sejam delírios.

Hoje honro o Nada como um dos meus deuses de culto, não há outra razão para que eu escreva tanto sobre. Temo que a experiência do Nada me leve ao Nada. Mas como disse anteriormente, do Nada viemos e ao Nada retornaremos.

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